terça-feira, 30 de março de 2010

AeroportoZzzzz...


Estou arrumando as malas para a minha nova empreitada. Segundo um amigo (beijo, Francesco!), para a ‘atual capital da Europa’. Tudo de novo. Passaporte, visto, seguro de saúde internacional e... aeroportos.

O fato é que já passei por uma boa quantidade de aeroportos. Seja para embarcar, para alguma escala rápida, para receber alguém ou para chorar em despedidas. Até me sinto um tanto íntima de alguns deles. Parceirona do Portela (Lisboa) e eternamente perdida no Schiphol (Amsterdam). Na verdade, minhas histórias de aeroportos vão do triste ao divertido, passando, obviamente, pelo bizarro.

Esses dias, depois de uma conversa despretensiosa pelo Skype, me veio a idéia de escrever sobre aeroportos. E, logo em seguida, encontrei vários sites que falavam de aeroporto do mundo (os principais, talvez), mas com foco nas pessoas que costumam DORMIR neles. Sim, porque dormir em aeroporto pode soar bem homeless, mas é super comum entre viajantes (pelo menos na Europa). Não sei se há estatísticas para a razão, mas a minha teoria é de que isso acontece porque existe um número grande de companhias 'low cost', mas nem sempre os horários dos vôos dessas companhias são agradáveis. Já tive que estar, por exemplo, às 6h da manhã na fila do check-in, pois o avião levantaria às 7h. E aí como chegar num aeroporto a essa hora se a disponibilidade de transporte diminui absurdamente de madrugada? Solução: chegar ao aeroporto na noite do dia anterior e dormir por lá.

Um dos mais legais é o The Guide to Sleeping in Airports. Útil e divertido. Sobretudo pelos relatos irônicos dos membros.

Acho que minha dormida mais pitoresca foi o El Prat, de Barcelona. Cheguei lá por volta de meia noite e vi que pessoas incrivelmente sábias estavam dormindo nas esteiras do check-in. Sério, se existe um prêmio para ‘idéias fantásticas para mochileiros’, quem teve essa idéia é o vencedor. Vantagem 1: a esteira não é fria como o chão. Vantagem 2: dormir na horizontal é melhor que dormir sentada. Cometi apenas um erro. Escolhi a esteira da Clickair, cujos check-in’s começavam super cedo. Ou seja, às 6h havia uma mocinha maquiada me cutucando e dizendo ‘Señora, ya vamos a empezar’.

A última vez foi no Fiumicino, em Roma. As esteiras estavam bloqueadas e, como as cadeiras possuem braços (bastards!), dormi no chão mesmo. Abraçada com minha bolsa, usando a mochila como travesseiro e a canga como cobertor. Ah, e uma garrafa de sangria ao lado. Acho que na época estava lendo ‘A Educação Sentimental’, mas não consegui passar por muitas páginas, porque a sangria funcionou como canção de ninar.

No entanto, existem algumas dicas para quem decidir economizar no taxi de madrugada e dormir num aeroporto. E aí, mais uma vez, preciso dizer que o site é super útil. Primeiramente procure saber se naquele aeroporto é permitido passar a noite. Já ouvi que nem todos permitem isso. Além disso, tenha sempre a sua passagem aérea em mãos, com o horário do vôo, pois pode acontecer de algum policial ou segurança pedir para ver. Afinal, suponho que eles não queiram que o aeroporto vire a casa de ninguém. Outra coisa importante é, claro, buscar um lugar seguro para dormir. Não é muito inteligente se encostar nem em um canto escondido do resto da humanidade, nem no meio dos corredores principais. Por razões óbvias.

Certeza que vou visitar o site muitas outras vezes. Mas, por ora, deixo aqui um vídeo que todo mundo já conhece, mas que eu super continuo achando bonitinho. Para quem não sabe, foi uma iniciativa da TAP em vários aeroportos. Esse foi em janeiro, aqui no Galeão (Rio).





Disso acho que vou sentir saudade...